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De volta pra casa, 60 anos depois…

A Caixa de Assistência recebeu uma visita ilustre, que ajudou a contar um pouco da história de sua bela preservada sede, em Nazaré. Pai do advogado Edilson Muniz Ferreira Filho (OAB-BA 55.014), o cacauicultor Edilson Muniz, 75 anos, visitou a casa onde morou por 15 anos e falou de emoção que sentiu em rever o local, onde muitas características de construção estão mantidas. “É uma emoção incrível, ao entrar fiquei arrepiado e voltei no tempo recordando parte de minha vida com meu pai Edízio, minha mãe Anézia e meus 15 irmãos. A diretoria da instituição está de parabéns pelo carinho com que trata o imóvel”, pontuou ele que receava visitar a antiga casa e encontrar muitas alterações na estrutura do imóvel.

“Sempre pensei em voltar aqui para ver como estava nossa antiga casa. Mas tinha receio de fortes emoções e de encontrar um imóvel totalmente modificado. Meu filho sempre me forçava a vir e hoje, quando passamos por aqui ele me convenceu a visitar meu antigo lar. Foi maravilhoso, estou muito emocionado e tendo o prazer de reviver o passado, lembrando de minha família. Muita coisa está preservada, exatamente como era na minha infância e juventude. Isso é incrível, estou muito emocionado mesmo e não canso de repetir isso” afirmou Edilson Muniz ressaltando que chegou ao local com três anos e mudou-se com a família para o Corredor da Vitória quando tinha 18 anos.

“Meu pai ficou muito triste e chateado com a desapropriação de boa parte do quintal de nossa casa, pela Prefeitura de Salvador para a construção do Vale de Nazaré. Isso fez com que ele vendesse a casa ao médico José Américo”, relembrou pontuando que no local funcionou uma instituição ligada à classe médica baiana antes que a OAB-BA adquirisse o imóvel para implantar a sede da Caixa de Assistência. “É uma sensação incrível você retornar a uma antiga casa, 60 anos depois, e ver que muita coisa está no lugar como era antes. Isso emociona qualquer um”.

Edízio Muniz Ferreira com a esposa Anézia

Antigo bairro aristocrata de Salvador, Nazaré, em especial as imediações da Praça Conselheiro Almeida Couto, onde fica a sede da CAAB, ainda conta com antigos e bonitos casarios que nos remete ao tempo em que muito fazendeiros de cacau escolheram o bairro como moradia. Foi o caso do pai de Edilson Muniz, o lendário cacauicultor Edízio Muniz Ferreira, que em 1960 foi proclamado o ‘Rei do Cacau’, por reunir em suas propriedades mais de 50 fazendas que totalizam 20 mil hectares (20 mil campos de futebol), os quais produziam mais de 150 mil arrobas de cacau nos municípios de Ipiaú, Ibirataia, Jitaúna, Barra do Rocha e Ubatã.

“Homem determinado e lutador, meu pai construiu sua riqueza com muito trabalho. Tendo começado do nada, sem um tostão no bolso, mas com muita determinação, seriedade e força de vontade”, frisou Edilson Muniz ressaltando que a trajetória vencedora de seu pai o levou a ser considerado o ‘Maior Cacauicultor Individual do Mundo’. “Um homem de hábitos simples, que superou dificuldades, cresceu e atingiu o sucesso e criou uma família com muito carinho”, lembrou.

Com boas e emotivas lembranças, Edilson Muniz percorreu as dependências da CAAB e narrou algumas histórias que marcaram sua infância no belo casario onde morou. Ao entrar no imóvel, disse que a primeira sala que fica à esquerda, onde hoje funciona uma das duas unidades da Certificação Digital (divididas por conta do distanciamento social determinado pela pandemia do novo coronavírus), era a sala do piano. “Minhas irmãs aprenderam a tocar piano ali. Lembro como se fosse hoje…”, pontuou destacando também a capela, onde rezava com a mãe, o pais e os irmãos.

Em frente, à direita, era a sala principal onde havia um grande e sofisticado lustre. “Era muito bonito e não tem como esquecê-lo”, conta lembrando que nas paredes tinham pinturas de pés de tomates, que ajudavam a decorar o ambiente. A sala onde hoje o associado CAAB faz o cartão e utiliza terminais de computador era a sala de visitas da casa. “O espaço onde hoje você fazem de recepção para atendimentos na área de saúde, era a nossa sala de jantar onde tinha uma mesa com 20 cadeiras. Tinha que ser assim para ser possível todos fazerem as refeições juntos”, recorda Edilson com um pouco de embargo na voz e muita saudade…

A sala onde funciona o ADVantagens CAAB era dispensa da casa, O espaço onde hoje estão os consultórios de médico clínico e ginecologista era a cozinha da antiga residência de Edilson Muniz. “A parte de baixo, onde a CAAB implantou espaços como os do SPA, era usada para a lavandeira e um grande tanque inferior de água”, relembra ressaltando que no grande e saudoso quintal existiam mangueiras, goiabeiras, bananeiras, jaqueiras, abacateiros entre outras árvores frutíferas. “Sem esquecer a horta, a plantação de verduras e criações como galinhas, perus e os nossos cachorros”.

ESCADA E QUARTO – Em breve ‘aventura’ pelas dependências antiga residência, Edilson Muniz revelou duas grandes emoções e entusiasmo ao falar do assunto. Uma delas foi quando subia a escada para o andar superior, onde ficavam os 10 quartos da casa. “Muitas vezes sentei e dormi aqui nesses degraus da escada e era acordado por uma das minhas irmãs, que me acompanhava até o quarto para dormi. Minha mãe mandava eu subir para dormir, mas tinha vezes que ficava com medo. Aí, sentava aqui e acabava cochilando…(risos)”, lembra afirmando ter voltado no tempo.

Outro ponto da casa onde Edilson Muniz ficou muito emocionado foi quando entrou na atual sala da gerência da Caixa de Assistência. “Antes, dormia com outros irmãos no quarto onde hoje está a Chefia de Gabinete. Quando um irmão meu, mais velho, casou-se, o quarto dele ficou vago e minha mãe o deu para mim. Estou viajando no tempo e emocionado com essas lembranças incríveis e gratificantes”, contou Edilson Muniz enquanto olhava o Vale de Nazaré da janela do seu antigo quarto.

Pai do advogado Edilson Filho e das filhas Pabla e Anucha, Edilson Muniz também lembrou de quando jogava bola na praça em frente à sua casa e de quando, ao fim da tarde, sua mãe chegava de uma das varandas da casa para chamar os filhos para dormir. “Eu brincava no monumento da praça e, algumas vezes, cochilei deitado na pequena escada do monumento ‘A Bahia a Dom Pedro II’”, disse.

Ele também lembrou das vezes que ia com os irmãos e amigos ao cinema do Colégio Salesiano, dos bondes abertos e ônibus elétricos que passam em frente à antiga residência. “Outra lembrança daquela época era a casa do ex-prefeito de Salvador, Hélio Machado. Era onde hoje existe o supermercado, ao lado do Hospital da Marinha. Uma casa maravilhosa, pintada de vermelho que se destacava entre as demais”.

Ao se despedir, sempre frisando a grande emoção vivida e a volta ao passados com boas recordações, Edilson Muniz fez questão de parabenizar a direção da Caixa de Assistência pelo carinho com que trata o imóvel onde viveu sua infância e juventude. “Pode parecer coisa simples, mas não é. Vocês não imaginam a minha alegria ao entrar aqui e ver muita conservação, como vitrais, portas, janelas e o piso em madeira no andar superior. Vocês estão de parabéns pela consciência em preservar o que a casa tinha de mais bonito”.