Luiz Coutinho defende paridade para advogadas e advogados negros no sistema de representação da OAB
O presidente da Caixa de Assistência dos Advogados da Bahia (CAAB), Luiz Coutinho, foi aplaudido ao defender a paridade para advogadas e advogados negros no sistema de representação da OAB em sua fala durante o IV Colégio de Presidentes de Caixa de Assistência realizado na manhã desta quinta-feira (10/12) no auditório do Conselho Federal da OAB em Brasília. A promoção do evento foi da Coordenação Nacional das Caixas de Assistência dos Advogados (Concad). Coutinho também aderiu à questão da paridade para a representação feminina na Ordem.
“Além da questão da paridade feminina, trago também para a discussão desse colegiado um tema que me chama muito a atenção e que caminha lado a lado com a paridade feminina, que é a paridade na questão das cotas raciais. Vivemos em um país em que os negros têm 500 anos de escravidão que ainda não foi reparada. Quando vejo um tema como este ser abordado olho para essa sala e vejo que nós somos minoria e, por isso mesmo, nós precisamos de representação”, ressaltou o presidente da CAAB propondo que o Colégio de Presidente também se manifeste com relação à paridade para q representação dos negros no sistema da OAB.
Prosseguindo, Luiz Coutinho lembrou que a Ordem tem apenas um conselheiro federal negro em todo o sistema. “Aprovamos um encaminhamento de 15% de vagas para os advogados negros. É muito pouco. Nós representamos uma grande parcela da comunidade brasileira.”, pontuou acrescentando que “nós ocupamos espaços de representação na camada onde tem melhor rendimento muito inferior à dos advogados brancos. Nós não vemos espaços para a advocacia negra ser representada. Por isso, é que eu conclamo que o Conselho Federal reveja essa posição”.
“Defendo que, no mínimo, uma cota de 30% nas próximas 10 eleições. Até lá, nós poderemos evoluir sobre o ponto de vista social, histórico e econômico de representação de espaços para aí sim termos a possibilidade para que todos possam concorrer em igualdade de condições. Acredito que esse posicionamento é absolutamente necessário no momento em que a advocacia negra sofre de forma extremamente gravosa os efeitos da pandemia”, afirmou.
Atual presidente da Associação Nacional dos Advogados Afrodescendentes (Anaad), Luiz Coutinho falou das dificuldades de colegas negros no mercado de trabalho. “Vejo que esses colegas, no mais das vezes, são os que vão às Caixas de Assistência pedir auxílio e ajuda. E por conta dessa pauta eu peço também que seja incluído em discussão o tema que fala da representação dos advogados negros nas eleições do sistema OAB.
Sobre a questão da paridade feminina, Luiz Coutinho destacou que “no meu estado, a Bahia, já tem paridade nas nossa chapas. Construímos esses espaços e sabemos que é importantíssima a presença feminina e a representação das mulheres nos sistema da OAB”.